Diante de uma realidade brasileira em que ainda se nota intolerância linguística e a necessidade de um ensino que entenda e respeite às diferenças e variações que ocorrem na língua, esta pesquisa busca, através da aproximação da Teoria da Sociolinguística Variacionista ao contexto escolar, contribuir para o desenvolvimento de uma conscientização acerca da variação linguística em língua materna, ajudando os alunos a compreenderem os fatores sociais e linguísticos que condicionam esse comportamento heterogêneo. Em especial, buscamos contribuir para a promoção de uma atitude de combate ao preconceito e intolerância na linguagem a partir da observação da “concordância de número” na língua portuguesa. Para isso, em um primeiro momento, nos dedicamos às leituras sobre teorias da Sociolinguística (LABOV, 1996, 2006, 2008; CHAMBERS, 2003; WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006) e suas contribuições para o estudo da Língua Portuguesa na educação básica (BAGNO, 2001,2003, 2007; BORTONI-RICARDO, 2005, 2014; SCHERRE, 2005). Em uma etapa mais aplicada desta abordagem, desenvolvemos uma proposta de intervenção a fim de auxiliar na reflexão sobre o uso variável da concordância de número na língua portuguesa. Entre outros, nossa proposta foi planejada em torno de uma pesquisa de coleta de dados realizada pelos próprios alunos, levando-os a compreenderem que a fala pode se adequar a diferentes contextos. Desse modo, esperamos desenvolver um ambiente de aprendizado que ajude a promover uma atitude reflexiva acerca do funcionamento da linguagem, levando o aluno a aprimorar sua competência linguística e desenvolver mais respeito em relação ao vernáculo do outro.