Título completo: Grammatica Potugueza dos lyceus em que se contém toda a doutrina exigida pelo ultimo programma official organisado pelo Conselho Superior d’Iinstrucção Publica (sic)
Local de publicação: Porto/Portugal
Quantidade de edições: 1
Editora: Livraria Civilisação de Eduardo da Costa Santos
Gramática escolar
- “fomos aconselhados a escrever um trabalho grammatical, inteiramente novo, quer satisfizesse á nova reforma de instrucção secundaria. Por isso, apresentamos agora a apreciação do illustrado magisterio a nossa Grammatica Portugueza dos Lyceus, a qual responde a todos os pontos do ultimo programma.” (prologo, p.7, sic).
- “Alem d’isso, o conhecimento de taes elementos irão predispondo os alumnos para os estudos glottologicos e philologicos, cujo ensino deve ser exigido n’uma cadeira especial de glottologia e philologia dos lyceus do nosso paiz, para se satisfazer d’este modo ao actual progresso litterario e scientifico das nações civilisadas.” (prologo, p.8, sic).
Gramática descritiva
- “12. GRAMMATICA é a sciencia, que se occupa dos princípios e elementos das línguas. 13.A grammatica é descriptiva ou pratica e histórica ou comparada. 14. Chama-se grammatica descriptiva ou practica, quando se limita a expoôr as normas observadas no emprego d’uma lingua em um dado periodo, sem entrar no estudo das suas transformações. 15. Chama-se grammatica histórica ou comparada, quando estuda os principios e analysa essas normas em differentes epochas d’uma ou mais linguas, e compara as leis, que presidem ás suas alterações. 16. A grammatica divide-se em geral e particular. 17. Chama-se grammatica geral á disciplina, que tracta dos princípios fundamehtaes e communs a todas as linguas.”
Gramática normativa:
- “18. Chama-se grammatica particular á disciplina, que ensina a falar e a escrever correctamente qualquer língua. 19. Grammatica portugueza é a disciplina, que ensina a falar e a escrever correctamente a língua portugueza. 20. A grammalica portugueza divide-se em trez partes geraes: phonologia, morphologia e syntaxe.” (p. 12 e 13, sic).
OBJETIVOS DO AUTOR
- “No tengo la pretensión de escribir para los castellanos. Mis lecciones se dirigen a mis hermanos, los habitantes de Hispano-América. Juzgo importante la conservación de la lengua de nuestros padres en su posible pureza, como un medio providencial de comunicación i un vínculo de fraternidad entre las varias naciones de origen español derramadas sobre los dos continentes.” (sic, p. X -XI – prólogo).
- “No miro las analogías de otros idiomas, sino como pruebas accesorias. Acepto las prácticas como la lengua las presenta; sin imajinarias elípisis, sin otras explicaciones que las que se reducen a ilustra el uso por el uso.” (sic, p.viii – prólogo).
- “[…] a la gramática incumbe exponer el valor de las inflexiones i combinaciones, i no solo el natural i primitivo, sino el secundario i el metafórico, siempre que hayan entrado en el uso jeneral de la lengua. (sic, p.viii – prólogo).
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA, NORMA E GRAMÁTICA
Língua:
- “1 Linguagem (de linguam e agere, mover a lingua) é a expressão do pensamento por meio d’um systema de signaes, empregados pelo homem para transmitir aos outros os actos do seu espirito. 2 A linguagem é natural e artificial ou convencional. 3 A linguagem natural é o conjuncto de signaes, produzidos e interpretados por todos os homens, como: os gestos, os gritos, os olhares, etc. 4. A linguagem artificial ou convencional é o systema de signaes, como: a escripta, o alphabeto dos surdos-mudos, os signaes de mathematica, etc.” (p. 11, sic).
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“Linguagem não é exatamente o mesmo que lingua. Linguagem é o emprego de palavras para exprimirmos e communicarmos aos outros os nossos pensamentos. Língua é o conjuncto de palavras e phrases que constituem a linguagem d’uma mesma nação ou povo.” (pg.11, sic).
Gramática:
- “abrimos um capitulo, subordinado ao titulo Noções d’etymologia, estudo que deve ser rigoroso e consciencioso, sem o qual não se poode escrever com correcção, propriedade e claresa. Não podemos saber bem a significação d’uma palavra, nem o seu verdadeiro emprego, emquanto não conhecermos os elementos constitutivos de qualquer vocabulo e a sua derivação. Assim, como temos difficuldade em tractar com uma pessoa, que somente conhecemos de vista; assim encontramos embaraços em usar d’uma palavra, da qual ignoramos os seus elementos constitutivos, constantes de radical, prefixo e suffixo.” (prólogo, p. 7, sic).
- “Na doutrina grammatical d’um compendio é preciso haver verdade e exacção em suas definições, simplicidade, claresa e rigor logico em suas regras, certesa em suas analogias, restricção em suas anomalias, para ser intendida e comprehendida dos estudiosos.” (prólogo, p. 8, sic).
- “12.GRAMMATICA é a sciencia, que se occupa dos princípios e elementos das línguas. 13. A grammatica é descriptiva ou pratica e histórica ou comparada. 14. Chama-se grammatica descriptiva ou practica, quando se limita a expoôr as normas observadas no emprego d’uma lingua em um dado periodo, sem entrar no estudo das suas transformações. 15. Chama-se grammatica histórica ou comparada, quando estuda os principios e analysa essas normas em differentes epochas d’uma ou mais linguas, e compara as leis, que presidem ás suas alterações. 16. A grammatica divide-se em geral e particular. 17. Chama-se grammatica geral á disciplina, que tracta dos princípios fundamehtaes e communs a todas as linguas. 18. Chama-se grammatica particular á disciplina, que ensina a falar e a escrever correctamente qualquer língua. 19. Grammatica portugueza é a disciplina, que ensina a falar e a escrever correctamente a língua portugueza. 20. A grammalica portugueza divide-se em trez partes geraes: phonologia, morphologia e syntaxe.” (p. 12 e 13, sic).
- “A grammatica era, na sua origem e conforme o o seu sentido etymologico, (gramma lettra) o simples conhecimento das lettras do alphabeto ou a arte de ler e escrever.” (p. 12, sic).
- “A grammatica ó uma sciencia e, ao mesmo tempo, uma arte; uma sciencia, quando tém por objecto o estudo dos principios communs a linguagem humana, o cconhecimento racional dos princípios communs a todas as linguas; uma aríte, quando tem por objecto o conhecimento particular d’uma língua.” (pg. 12, sic).
ESTADO DA ARTE
- SANTOS, Maria Helena. . A gramática racionalista em Pportugal no século XIX. A GRAMÁTICA RACIONALISTA EM PORTUGAL NO SÉCULO XIX. [s.l: s.n.]. DDisponível em <https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/15418.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2023.
REFERÊNCIA:
LEITE, Francisco José Monteiro. Grammatica Portugueza dos Lyceus. 1 ed. Porto: Livraria Civilisação de Eduardo da Costa Santos, 1887.