Título completo: Gramática descritiva do português
Local de publicação: São Paulo/ Brasil
Quantidade de edições: 4?
Editora: Imprenta del progresso
Gramática descritiva
- Título: Gramática descritiva do português
- “Este livro pretende ser um exemplo de como se pode fazer uma gramática portuguesa sobre bases teoricamente coerentes, ao mesmo tempo isolando as preocupações normativas (que, em si, não são necessariamente condenáveis) da descrição da língua propriamente dita. Se o mais que se conseguir for suscitar críticas, debates e discussões, o objetivo principal terá sido alcançado.” (Prefácio, p. 15-16)
- “Esta Gramática tem objetivos muito pouco modestos: propõe uma maneira realmente nova de descrever a estrutura do português — partindo de princípios teóricos muito mais rigorosos do que aqueles em que se baseiam as gramáticas atualmente disponíveis, para chegar a uma análise bastante diferente da usual. Portanto, é um livro cheio de novidades, mesmo para quem vem estudando gramática portuguesa intensivamente há anos (talvez principalmente para esses)”. (Introdução, p. 21)
OBJETIVOS DO AUTOR
- “Meu objetivo é contribuir para uma reorientação radical dos estudos de língua portuguesa: do exame das gramáticas para o exame dos fatos da língua — sem desprezar o exame das gramáticas, mas submetendo-as a uma crítica rigorosa. (Prefácio, p. 15)
- “Este livro pretende ser um exemplo de como se pode fazer um a gramática portuguesa sobre bases teoricamente coerentes, ao mesmo tempo isolando as preocupações normativas (que, em si, não são necessariamente condenáveis) da descrição da língua propriamente dita. Se o mais que se conseguir for suscitar críticas, debates e discussões, o objetivo principal terá sido alcançado.” (sic, Prefácio, p. 15-16)
- “No que pesem as preocupações de ordem escolar que motivaram em parte este trabalho, a presente Gramática não tem a finalidade de ser utilizada nas salas de aula de primeiro ou segundo graus. Ao preparar o texto, pareceu-me indicado dirigir-me, em um primeiro momento, aos profissionais da área: professores de primeiro e segundo graus, alunos e professores dos cursos de Letras.” (Prefácio, p. 16)
- “O objetivo principal do livro não é tanto dar uma noção completa do que se sabe sobre a estrutura do português; é, antes, discutir pontos relativamente bem compreendidos e ao mesmo tempo olhar para frente, identificando problemas a estudar. Por isso me preocupei em apontar temas de pesquisa futura, sempre que oportuno. E definitivamente necessário começar a conceber a gramática como uma disciplina viva, em revisão e elaboração constante.” (sic, Prefácio, p. 17)
- “Esta Gramática tem objetivos muito pouco modestos: propõe uma maneira realmente nova de descrever a estrutura do português — partindo de princípios teóricos muito mais rigorosos do que aqueles em que se baseiam as gramáticas atualmente disponíveis, para chegar a uma análise bastante diferente da usual.” (Introdução, p. 21)
- “Este livro é uma tentativa de descrição de uma variedade padrão da língua portuguesa. Por conseguinte, ocupa-se basicamente da língua escrita.” (Introdução, p. 25)
- “Eu gostaria que este livro se tornasse, entre outras coisas, um a fonte de material de apoio para que o professor e os alunos realizassem essa potencialidade do estudo de gramática.” (Introdução, p. 32)
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA, NORMA E GRAMÁTICA
Língua:
- “O termo ‘língua portuguesa’ é bastante ambíguo e se aplica a diversas variedades nitidamente diferenciáveis. Por exemplo, todos podemos distinguir claramente a fala de um português de Lisboa da de um brasileiro de Belo Horizonte; podem os igualmente distinguir a fala de um indivíduo criado na cidade, com segundo grau completo, da de uma pessoa criada no campo e analfabeta. E podem os também distinguir entre um texto escrito e a transcrição literal de um texto falado”. (sic, Introdução, p.23)
- “Existe uma imensa gama de variedades de língua, que vão desde as mais informais até as mais formais e estereotipadas.” (Introdução, p. 24)
Norma:
- “O presente livro não trata do português falado em nenhuma de suas variedades. Aqui vamos considerar apenas o português padrão escrito — a variedade, aliás, que é estudada pelas gramáticas tradicionais. Mesmo esse padrão admite variantes, e por isso vou deter-me na questão da definição da variedade a ser descrita, tentando defini-la com alguma objetividade.” (Introdução, p.25).
- “Existe uma linguagem padrão utilizada em textos jornalísticos e técnicos (como revistas semanais, jornais, livros didáticos e científicos), linguagem essa que apresenta uma grande uniformidade gramatical, e mesmo estilística, em todo o Brasil.” (Introdução, p. 26).
- “Na elaboração da presente Gramática, optei por considerar o padrão geral, aquela variedade da língua que se manifesta de maneira uniforme nos textos técnicos e jornalísticos de todo o país.” (Introdução, p. 26)
Gramática:
- “Mas, voltando à gramática, é importante lembrar que ela é (ou deveria ser) uma aplicação da linguística — um a ciência social, provavelmente a que mais desenvolvimento tem experimentado nos últimos tempos. Além disso, trata da linguagem, que é o mais básico dos fenômenos sociais, por permear todas as atividades de um a com unidade.” (sic, Introdução, p. 30)
- “O estudo da gramática é parte da formação científica dos alunos; que trata da descrição, interpretação e compreensão de um aspecto do universo social que nos cerca; e, principalmente, que é um corpo de conhecimentos em constante revisão, sujeito a crítica, acréscimos e refutações. Uma gramática, enquanto descrição de uma língua, é na verdade um conjunto de hipóteses, mais ou menos bem fundamentadas.” (sic, Introdução, p. 32).
- “Outra coisa que a gramática não deveria ser é um instrumento de ensino normativo.” (Introdução, p. 33)
ESTADO DA ARTE
- BERNARDINO, Cibele Gadelha. O metadiscurso interpessoal em artigos acadêmicos: Espaço de negociações e construção de posicionamentos. 2007.
- BROCHADO, Sônia Maria Dechandt. A apropriação da escrita por crianças surdas usuárias da língua de sinais brasileira. 2003.
- DOS SANTOS LOPES, Célia Regina. A gramaticalização de a gente em português em tempo real de longa e de curta duração: retenção e mudança na especificação dos traços intrínsecos. Fórum linguístico, v. 4, n. 1, p. 47-80, 2007.
- PAGOTTO, Emílio. Norma e condescendência: ciência e pureza. Línguas e Instrumentos linguísticos, v. 1, n. 2, p. 49-68, 1998.
- SIMÕES, José da Silva. Sintaticização, discursivização e semanticização das orações de gerúndio no português brasileiro. 2007. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
REFERÊNCIA:
PERINI, Mário Alberto. Gramática descritiva do português. 4 ed. São Paulo: Editora Ática, 2005.