Uma teoria formalista se caracteriza por considerar a língua como um sistema operacional encerrado em si mesmo, cujas regras de funcionamento independem de fatores externos. Nesse sistema, os elementos que o formam ocupam lugares específicos e se opõem uns aos outros numa relação essencialmente negativa: onde A aparece, B não pode aparecer. Pense-se, por exemplo, nas regras de emprego do artigo e dos demonstrativos: só se pode dizer o gato ou este/esse/aquele gato, mas nunca *o esse gato ou *esse o gato. É o que se chama de distribuição complementar: dois elementos não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo. (BAGNO, 2017, p.136).
BAGNO, Marcos. Dicionário crítico de sociolinguística. São Paulo: Parábola, 2017.