Título completo: Arte da grammatica da lingua portugueza
Local de publicação: Lisboa?/Portugal?
Quantidade de edições:
1788 [2ª ed.]
1797 [4ª ed.]
1802 [5ª ed.]
1807 [6ª ed.]
1812 [10ª ed.]
1814 [12ª ed.]
1815 [14ª ed.]
1816 [15ª ed.]
1817 [16ª ed.]
Editora: Regia Officina Typografica
Gramática normativa
- “Offereço a V. EXCELLENCIA a Arte da Grammatica da lingua Portugueza, procurando-lhe pelo meio deʃte obʃequioʃo arbitrio a fortuna de chegar á douta mão, que lhe póde emendar os erros; pois todos conhecem, que V. EXCELLENCIA tem a mais perfeita Sciencia dos principios da lingua Portugueza pela fallar com toda a pureza, e propriedade de termos, como teʃtificão os doutiʃʃimos eʃcritos, com que V. EXCELLENCIA tem illuʃtrado a Republica das Letras.” (sic, dedicatória).
- “Por duas razões ʄe faz indiʄpenʄavelmente preciʄa a noticia da Grammatica da lingua materna: primeira, para ʄe falar ʄem erros: ʄegunda, para ʄe ʄaberem os fundamentos da lingua, que ʄe falla uʄualmente. Eʄta neceʄʄedade da Grammatica materna tem conhecido geralmente todas as Nações cultas; porque em todas ʄe tem ocupado homens doutiʄʄimos em comporem Grammaticas da ʄua lingua.” (sic, p.06-07).
Gramática escolar (LM)
- “Mas ninguem collija, do que tenho dito, ʄerno meu intento inculcar a preʄente Arte para o uʄo das eʄcolas, porque bem conheço as ʄuas muitas imperfeições, e que há muitos fogeitos abalizados neʄte genero de letras, a quem ʄe poʄʄa encarregar a perfeita compoʄição de huma Grammatica Portugueza. Bem verdade he, que na falta de outra não deixará a preʄente ʄer util, e neceʄʄaria, não ʄó para os que quizerem aprender os preceitos da ʄua lingua, mas tambem para os Eʄtudantes da Grammatica Latina; pois ainda que os doutiʄʄimos Profeʄʄores Regios em obʄervancia de hum dos preceitos das Instruções Regias para Eʄtudos lhes expliquem a analogia, que tem a lingua Portugueza com Latina, com tudo nunca ʄe póde dar ʄem Arte a neceʄʄaria noticia das regras da Grammatica Portugueza; e quando ʄe poʄʄa dar perfeita, não ʄerá ʄufficiente a capacidade dos principiantes para reterem na memoria tudo o que ouvirem á viva voz dos Profeʄʄores.” (sic, XX-XXII).
OBJETIVOS DO AUTOR
- “Mas ninguem collija, do que tenho dito, ʄerno meu intento inculcar a preʄente Arte para o uʄo das eʄcolas, porque bem conheço as ʄuas muitas imperfeições, e que há muitos fogeitos abalizados neʄte genero de letras, a quem ʄe poʄʄa encarregar a perfeita compoʄição de huma Grammatica Portugueza. Bem verdade he, que na falta de outra não deixará a preʄente ʄer util, e neceʄʄaria, não ʄó para os que quizerem aprender os preceitos da ʄua lingua, mas tambem para os Eʄtudantes da Grammatica Latina; pois ainda que os doutiʄʄimos Profeʄʄores Regios em obʄervancia de hum dos preceitos das Instruções Regias para Eʄtudos lhes expliquem a analogia, que tem a lingua Portugueza com Latina, com tudo nunca ʄe póde dar ʄem Arte a neceʄʄaria noticia das regras da Grammatica Portugueza; e quando ʄe poʄʄa dar perfeita, não ʄerá ʄufficiente a capacidade dos principiantes para reterem na memoria tudo o que ouvirem á viva voz dos Profeʄʄores. Por cuja razão lhes julgo neceʄʄaria huma Grammatica Portugueza, em que poʄsão cada vez que lhes for neceʄʄario examinar as ʄuas regras, obʄervando com eʄpeculação aquillo, em que ellas convem, ou diferem dos preceitos da lingua, que aprendem.” (sic, XXII).
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA, NORMA E GRAMÁTICA
Gramática
- “Ninguem póde duvidar do grande proveito, que alcança cada hum em ʄaber Grammatica da ʄua meʄma lingua; porque não ʄomente conʄegue fallala com certeza, mas tambem fica deʄembaraçado para aprender com muita facilidade qualquer outra.” (sic, X).
- “GRAMMATICA Portugueza he a Arte, que enʄina a fazer ʄem erros a oração Portugueza. Deʄta definição ʄe collige ʄer a oração Portugueza o fim das regras da Grammatica Portuguea. Conʄta a Grammatica Portugueza de quatro partes, que são Ortografia, Proʄodia, Etymologia, e Syntaxe.” (sic, p. 1).
Norma
- “Por duas razões ʄe faz indiʄpenʄavelmente preciʄa a noticia da Grammatica da lingua materna: primeira, para ʄe falar ʄem erros: ʄegunda, para ʄe ʄaberem os fundamentos da lingua, que ʄe falla uʄualmente. Eʄta neceʄʄidade da Grammatica materna tem conhecido geralmente todas as Nações cultas; porque em todas ʄe tem ocupado homens doutiʄʄimos em comporem Grammaticas da ʄua lingua.” (sic, p. VII-VIII).
ESTADO DA ARTE
- ASSUNÇÃO, Carlos da Costa. Uma leitura da introdução da gramática de Reis Lobato. Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, v. 14, 1997, p. 165-181.
- BARBOZA, Giselle Macedo. A gramática de Reis Lobato e o ensino de língua portuguesa no Brasil (1770-1828). 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristovão, 2011. Disponível em: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/4862/1/GISELLE_MACEDO_BARBOZA.pdf. Acesso em: 12 dez. 2023.
- Disponível em: https://1library.org/article/arte-grammatica-lingua-portugueza-antonio-jos%C3%A9-reis-lobato.zlv339gy. Acesso em: 06 nov. 2023.
- Disponível em: https://www.ghtc.usp.br/server/Lusodat/pes/00/pes00080.htm. Acesso em: 07 nov. 2023.
- LEMOS, Wagner Gonzaga. Arte da grammatica da lingua portugueza: um compêndio a serviço das reformas de Pombal. In: OLIVEIRA, Luiz Eduardo (org.). A Legislação Pombalina sobre o Ensino de Línguas: Suas implicações na Educação Brasileira (1757-1827). 2. ed. Aracaju: Criação Editora, 2022, p. 409-423. Disponível https://editoracriacao.com.br/a-legislacao-pombalina-sobre-o-ensino-de-linguas-suas-implicacoes-na-educacao-brasileira1757-1827/. Acesso em: 01 dez. 2023.
- MOURA, Teresa Maria Teixeira de. As ideias linguísticas portuguesas no século XVIII. Col. 8. Trás-os-Montes e Alto Douro. Portugal: Minerva Transmontana, Tipografia, Ld.ª, 2012. Disponível em: https://www.utad.pt/cel/wp-content/uploads/sites/7/2018/05/CEL_Lingu%C3%ADstica_8.pdf. Acesso em: 18 dez. 2023.
REFERÊNCIA
LOBATO, António José dos Reis. Arte da grammatica da lingua portugueza. Lisboa: Regia Officina Typografica, 1770.